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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Eu li... por Elsa Vaz Vieira (formadora de Linguagem e Comunicação)

«Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e de cana, construídas nas margens de um rio de águas transparentes que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas ainda não tinham nome e para as mencionar era preciso apontar com o dedo».

É com estas frases míticas que Gabriel García Márquez abre o romance Cem Anos de Solidão (1967), livro que já reli vezes sem conta. É muito difícil para mim descrever o entusiasmo com que folheei e folheio as mais de 300 páginas deste livro que se lê num fôlego, porque é impossível resistir ao apelo encantatório da escrita de García Márquez, jornalista e escritor colombiano galardoado com o prémio Nobel da Literatura em 1982.


O que aconteceu afinal ao coronel Aureliano Buendía? Por que razão esteve ele diante de um pelotão de fuzilamento? E por que terá Aureliano, nessa hora trágica de uma morte quase certa, recordado aquele momento especial da infância em que, numa aldeia remota do Caribe, um grupo de ciganos revelou aos olhos fascinados das crianças, desde sempre criadas no clima tropical, o grande invento daquele tempo, O GELO?

Só muitas páginas depois iremos descobrir este mistério, mas até lá, entre as inúmeras histórias que a imaginação prodigiosa de García Márquez vai construindo, vivemos dos melhores horas da nossa vida.

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